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São Político

Depois do "São Galvão", surge no Brasil uma nova categoria de santos
O Brasil não se contentou com a canonização de frei Galvão, nosso primeiro santo, canonizado em maio de 2007, pelo papa Bento XVI, quando esteve em visita ao nosso País. E, contrariando o ditado popular “santo de casa não faz milagre”, provou que São Galvão realizou sim, um grande milagre. Fez-nos descobrir uma nova geração de santos: os SÃO POLÍTICOS! E, como todo santo que se preze, estes novos santos possuem milhares de devotos que lhes atribuem louvores e ações de graça. Por si só, são celestiais. Possuem o poder sobrenatural de encantar e seduzir seus seguidores com suas meigas palavras alucinógenas, cheias de demagogias e finalidades ludibriosas, que leva milhões de Marias, Joãos, Josés e Anas aos altares eleitorais, encantados pelos efeitos emotivos e hipnóticos de suas palavras.

Mas, diferente dos santos Apostólicos Romanos, estes não são postos imóveis em altares para receberem adoração. Não vivem na igreja, nem se alimentam de vela. São mais gulosos!

São milagrosos: estão sempre querendo multiplicar o seu próprio pão. Vivem em castelos e apartamentos de luxo; e se alimentam de notas, cartões de crédito, cheques pré-datados, passagens aéreas...

Não gostam de dá “rolé” nos braços dos devotos em procissões. Acham melhor voar e atravessar continentes, pois possuem salvo-conduto para isso.

São muito bem decididos, e responsáveis pela realização de diversos milagres, dentre eles: livrar nossa educação da falência; alfabetizar todos os brasileiros e prolongar seus dias de vida – pesquisas realizadas pelas universidades norte-americanas Harvard e Princeton revelaram, segundo a revista Super-Interessante que, quem passa mais tempo na escola vive mais --, livrando-os do analfabetismo funcional; acabar com a violência, além de curar o câncer que abate o SUS há tantos anos. Por esses milagres rogamos todos os dias.

Além de tudo, esses nossos seres canônicos não são nada fraternais com seus colegas de altar quando estes ameaçam seus interesses. E a fim de preservá-los, são capazes de usar e abusar de seu poder celestial – ou, no caso, infernal --, para destruir a imagem de seus adversários, fazendo uso de calúnias, temperadas com pitadas generosas de sensacionalismo.

Distorcem suas palavras, fazendo a “vela” virar contra o “veleiro”, o que pode ter efeito devastador sobre o pobre milagreiro injustiçado. Mas sabe como é: lei de santo! Quem tem a vela maior, sobe no altar. Exatamente o que acontece com o personagem principal do filme “Revelações” (do diretor Robert Benton), Coleman Silk, que é injustiçado por conta de interpretações léxicas maldosas, feitas por outros personagens da trama, devido ao uso de uma única palavra.

Mas, voltando aos nossos santos, devemos reconhecer: seus poderes estão na língua. Nunca perdem o encanto, a fórmula “celeste” de ludibriar e persuadir as pessoas. Ainda que provem que não são nada santinhos, e que caiam na lama, sempre encontram meios de manipular a linguagem, contornando a situação à seu favor. E sempre há milhões de “devotos”, fiéis, alucinados e generosos que os resgatam da lama e os devolvem ao altar. Às vezes estes devotos são decepcionados, mas sempre acreditam mais uma vez no poder dos “SÃOS”. São até maltratados. Mas é assim mesmo: cada devoto com o santo que merece.

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