Recentemente fui surpreendida dentro de um supermercado em Ilhéus (onde moro atualmente): furtaram o meu celular. Para a minha sorte eu notei na hora e pude pegá-lo de volta a tempo, nas mãos do ladrão. Uma menininha aparentando ter uns 10 anos, em parceria com a mãe, uma senhora acima de qualquer suspeita, eram as autoras do furto. Eu as percebi seguindo-me em todas as sessões do supermercado, mas o meu “julgar pelas aparências” fez com que eu jamais suspeitasse das duas. Só que o meu “julgar” esqueceu-se de me avisar que quem vê cara, tamanho e idade, não vê caráter.
Apesar de eu ter recuperado o meu celular, fiquei atônita. Não pelo furto em si, mas pela criança. Fiquei pensando no seu futuro e como estará a sociedade quando ela for adulta. Se nessa idade ela já é ensinada a roubar pela própria mãe, pergunto-me: onde estão os nossos valores? E o que estamos fazendo para mudar isso?
Em dezembro do ano passado um menino de 13 anos foi assassinado em Ubaitaba (minha cidade) com um tiro na testa a queima-roupa. Ele era considerado um bandido de alta periculosidade.
Aí eu me lembro daquela frase clichê: “As crianças são o futuro do país!”
Mas como estão sendo formadas essas mãozinhas que moldarão o futuro da nossa nação?
Infelizmente, a realidade nua e crua nos mostra crianças com comportamentos que nos fazem refletir: o que a sociedade está formando para ela mesma?
Eu não sei os motivos que levaram a menina a furtar o meu celular e nem o menino de 13 anos a viver e morrer na criminalidade, mas uma coisa é certa: a vida pode sim ser melhor no futuro, se soubermos curar as feridas ainda no presente.
Luíse Beatriz é estudante de Comunicação e redatora da Rádio Uesc.
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