Embaixo do viaduto mora gente

Por Laíse Galvão                                e-mail: laise.galvao@gmail.com

Estava acompanhando o projeto de extensão da Uesc, intitulado “Laboratório de Parasitologia aberto à comunidade e com atividades de campo” coordenado pelas professoras Silva Maria Santos Carvalho e Ana Paula Melo Mariano, que realizam ações comunitárias objetivando instruir os moradores sobre cuidados com saúde, e a prevenção através da higiene pessoal, na Vila da Paz, situada entre a BR-415 (Rodovia Ilhéus-Itabuna) e o Rio Cachoeira. 

Crianças ainda (Foto: Laíse Galvão)

Chamou minha atenção como eu tinha uma visão minimalista em relação a comunidade, mostrada pela mídia de maneira caricata explorando a violência e a miséria de forma sensacionalista. Então quis mostrar através de fotografias, minha visão daquela comunidade, trazendo a tona uma perspectiva que os meios de comunicação locais não abordam, quebrando os preconceitos impostos pela mídia. 

A recepção não é apenas um consumo passivo, mas sim uma atividade estética, pendente da aprovação e da recusa, e por isso, em grande parte não sujeita ao planejamento mercadológico. Portanto, essa prática sensacionalista da comunicação local pode ser alterada, porque mostrar o macro pode ser tão rentável ao capitalismo midiático, como mostrar o micro ao qual se está acostumado. 

A história mostra que estética quebra tabus, que ciência não é absoluta, e que a vontade de verdade não única e exclusiva. A cada nova emersão estética houve choque, seja escapando de proibições, seja reciclando cânones, ou criando novos meios de expressão.

Confira todas as fotos o Fato em Fotos.

Laíse Galvão é graduanda em Comunicação Social pela Uesc.