POLÍTICA DO PÃO E CIRCO
Não se engane querido leitor. Políticos pós-modernos também são adeptos de práticas meio antiquadras, como a política do pão e circo, desenvolvida lá na Roma Antiga.
Esta prática tinha como objetivo literalmente oferecer pão (comida) e circo (diversão) a fim entreter a população, evitando que a mesma se atentasse para as mazelas sociais.
Em Coaraci, há sinais deste tipo de fazer política.
Enquanto o governo gastou milhares de reais do erário com o tal ‘São João Cultural’ – que aqui pra nós, ano após ano está cada vez mais ‘sem sal’ –, áreas primordiais como a saúde são colocadas em segundo plano.
E é isso que quero destacar aqui: está faltando remédio para a população coaraciense, o que é muito grave!
O problema foi trazido à tona pelo repórter especial do Fato Entre Aspas, Aderbal Mendes (o Kareca), que sofreu na pele a ausência de medicamentos básicos no Posto de Saúde Ângelo Britto. E vale ressaltar que esta informação é de uma pessoa que mora na cidade e que é bem conhecido por todos, antes que os deturpadores de plantão questionem. Ele usou as redes sociais para expressar sua indignação.
De acordo com o repórter Kareca, ele sofreu uma indisposição e o médico o indicou amoxilina, remédio simples, mas que ao chegar ao posto foi informado de que está em falta. Aliás, falta tudo por lá.
E não é por falta de dinheiro, pois dinheiro é o que mais tem e sobra! Pois, visitando o nosso querido e idolatrado (salve, salve!!!) Diário Oficial do Município, que está disponível a qualquer cidadão no Portal da Transparência, encontramos alguns gastos feitos ou previstos pela administração.
Por exemplo: a prefeitura de Coaraci vai gastar R$ 536.876,00 (quinhentos e trinta e seis mil, oitocentos e setenta e seis reais), ou seja, mais de meio milhão, com a contratação de estruturas para festas ou eventos. O contrato assinado é de uma empresa de Ubaitaba.
Além disso, há outros gastos menores, entre eles alguns meio curiosos. Exemplo: o contrato 119/2015, pasmem, prevê despesa de R$ 18.000,00 (dezoito mil reais) em serviço de hospedagem, ou seja, hotel. A empresa é a “Alternativa da Terra do Sol LTDA”.
Post de Kareca no Facebook |
Não estamos aqui questionando os procedimentos administrativos de nossa competente gestora, em conjunto com o gabaritado secretário de finanças. O que queremos dizer é que se tem dinheiro para festa de São João, para contratar estruturas para mais festas, tem que ter também para a saúde do povo. Afinal, saúde pública de qualidade é um dever da administração pública.
Por isso tem toda razão Kareca, ao parabenizar os prefeitos que preferiram não fazer a tal festa de São João, mas que pelo menos não deixaram faltar medicamentos para a população.
Tem dinheiro para festa, mas não tem pra remédio? Me ajuda aê!
* GENISSON SANTOS é jornalista, editor-chefe do Fato Entre Aspas e colaborador do Observatório da Imprensa.
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